Marcos Pereira on-line

30 setembro 2021

Eu preciso dizer que te amo, Pietro. Feliz 4 anos !!!

            

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Pietro pra todo gosto: risonho, zoiudo-com-2-dentinhos, c/ fralda tipo pato Donald, c/ a queridinha e queridíssima Larissa, fortinho na piscina, visual "Paulinho" (menino-homenzinho, arrumadinho com cabelo curto), etc.

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Sem o tio Mané no planeta e a Larissa longe, do outro lado do globo (leste do meridiano de Greenwich; sim, a Terra é redonda), lá por 2017 eu andava desamparado, acabrunhado (gosto da sonoridade desta palavra!), tipo tudo está perdido, sem um porto seguro emocional que acendesse meu lado criança. Lado esse vital para o equilíbrio com outras personas que me habitam.

Até que, há exatos 4 anos, o Pietro emergiu à Terra. De início, pouco afeito a paparicos e assédios na linha de bilu-bilus e guti-gutis na bochecha, mantive distância regulamentar. A virada aconteceu quase 3 meses depois quando, numa madrugada, ele chorava compulsivamente, perdendo o fôlego ao final de cada rajada sonora estridente. Acordado pelos berros e único adulto por perto, peguei-o no colo. Aos poucos, se acalmou e voltou a respirar normalmente. Cansado, devido ao extremo esforço cardio-respiratório, dormiu aconchegado no meu peito. Naquela hora, sem me dar conta, nasceu um vínculo, um afeto entre nós. Precisávamos um do outro e aquela foi uma oportunidade para aproximação. 

Desde então, acompanho e tenho participado do seu crescimento: fui babysitter durante noites, compareci a consultas médicas, exames clínicos e eventuais idas ao pronto-socorro. Sim, sou babão. Pudera! Ele é apaixonante. Acho admirável a habilidade como ele organiza e calcula espacialmente seus movimentos e a forma precisa como pega e pinça os objetos. Que coordenação motora, amigue! Logo descobriu o celular, ganhou um tablet e se revelou um ás nos joguinhos. Impressionante o reflexo para desviar de obstáculos e caçar recompensas. Parafraseando o ex-apresentador-global-dominical, ô loko, meu! Esse é fera, tanto no pessoal como no digital, blábláblá,  blábláblá ...

No final de 2019, se encantou com o Papai Noel e o espírito natalino. Depois, já em 2020, enclausurados na pandemia, recuperamos e fomos salvos por um quebra-cabeças simples com peças de madeira e figuras de animais. Virou febre; não queria mais parar de brincar. E assim seguimos, assistindo desenhos animados non-sense (irmão do Jorel) e outros mais convencionais (Peppa e Dora Aventureira), pulando na cama elástica, pulando do sofá que nem 2 lokas gritantes-saltitantes, brincando de cavalinho, dormindo juntinhos, etc. Com o Pietro eu não tenho vergonha de ser ou parecer ridículo.

Mas, algo estava fora da ordem no seu desenvolvimento. O atraso na fala e comportamentos estereotipados sugeriam algum tipo de distúrbio. Após poucos meses de tratamento, a evolução da sua capacidade cognitiva tem sido espantosa. Cada vez mais, fala e se expressa muitíssimo bem. Minha impressão é que a dificuldade na fala e, consequente impossibilidade da materialização de coisas e emoções vocalizadas na forma de palavras, gerava nele sensações de isolamento, incompreensão e angústia. A partir do momento que começou a se comunicar e ser entendido, enfim, interagir, tudo mudou. Ele se apropriou da sua identidade e personalidade e se percebeu pertencente ao mundo.

Já citado lá no início, peço licença cósmica ao tio Mané ("in memorian"; se estiver na Nebulosa M-78, manda um abraço pro Ultra Seven), para usar passagem do texto em homenagem a ele (http://mp-online.blogspot.com/2016/12/para-e-sobre-o-tio-mane.html), alterando o tempo verbal para o presente. Ele há de compreender ...

"A nossa cumplicidade se resolve apenas na companhia um do outro".

Assim acontece comigo e o Pietro ... corremos como o Sonic, comemos pipoca lançando para o alto, mirando para fazer cair na boca (erramos o alvo, invariavelmente); quando ele espirra, eu respondo com um espirro fake e ele devolve com outro fake e assim, sucessivamente, até descambarmos para o riso fácil e farto, e por aí vai. Também discutimos sobre a cor do farol de trânsito. Ele insiste que é azul e eu digo que é verde. Procede. O verde dos faróis de São Paulo é um pouco dúbio mesmo. 

Hoje nossos encontros se restringem aos domingos. Mais intensos porque mais breves, aproveito cada minuto com o Pietro, pois logo chegará a segunda-feira e minhas personas adultas cobrarão energia e leveza de criança para encarar a realidade. Qualquer semelhança com "Monstros S.A." é mera inspiração na ficção infantil.

Então, com isto tudo posto, exposto, fruto de pensamentos e sentimentos remixados no inconsciente e trazidos à tona, sem mais delongas, só me resta dizer (escrever): eu amo o Pietro. Simples, desmedida e incondicionalmente assim!

Viva o tio Mané!

Viva a Larissa!

Viva o Ultra Seven!

Viva o Sulley e Mike Wazowski!

Viva Zapata!

E viva o Pietro!!!

Feliz 4 anos!!!!!!!


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P.S.: no Top 7 dos momentos que passarão no filminho de flashback, nos instantes derradeiros, antes de eu deixar o planeta, 
alguns já estão programados. Um deles aconteceu poucas semanas atrás: a primeira vez, consciente, que o Pietro entrou no mar. Foi no Posto 2, em Santos. Misto de emoção e medo, ele não cabia em si mesmo de tanta alegria, fascinado com as ondas vindo e a água recuando sobre os pezinhos dele. Fiquei à distância, só observando e assessorando nos pulinhos das ondas maiores. De repente, ele me chama "vâmo junto, Karro". Foi mágico! De 2 lokas gritantes-pulantes de sofá, passamos a 2 lokas gritantes-pulantes de ondas do mar (ondas do mar = de 19 a 37 cm de altura).

P.S. II: e o que falar do look praieiro do Pietro? Cabelo ao vento, tronco fortinho, perninhas bem torneadas e sunguinha do Homem de Ferro. Lindão!

P.S. III: por um tempo me chamou de mãe. Hoje, de Karro. Gosto de ambos.

15 novembro 2019

Fim do xaveco? Featuring "Sharing The Night Together"


Outro dia, numa destas questões que surgem por acaso, que não vão mudar o mundo, mas que, por algum tempo nos tiram da trivialidade do dia-a-dia, um camarada e eu questionamos o xaveco. Ou melhor, que palavra hoje expressaria o sentido do xaveco. Como é designado hoje em dia? Flerte, cantada, azaração? Penso que não. Estas palavras, compreendem um sentido diferente. Pode ser até sutil, só que xaveco é outra coisa.

O xaveco pressupõe uma abordagem singela, inofensiva e precisa. Tem a hora certa de dar o bote. Se colar, colou. Senão, sem dramas. O xavequeiro de plantão nem sofre. Rapidamente se recompõe e  parte para o próximo approuch.

Teria o xaveco desaparecido, tal qual o conhecíamos, ante ao politicamente correto corrente? Ou o Tinder e outros aplicativos afins substituíram e engoliram a tal prática? Oh dúvida cruel!

Então, eu me peguei, do nada (nunca é, Jung explica!), cantando mentalmente "Sharing The Night Together". Isto sim é xaveco, amigx! Uma verdadeira aula da arte de xavecar.

Muito fofo o jeito como o Dr. Hook interpreta a balada ... todo meloso, despretensioso e humildezinho na aproximação:  

You're looking a kind lonely, girl                 Você parece meio solitária, garota 
Would you like someone new to talk to?             Você gostaria de conversar com alguém diferente? 
I'm feeling kind lonely too                        Eu também me sinto meio solitário
If you don't mind can I sit down here beside you?  Se você não se incomoda, posso sentar ao seu lado?

Mas o tom vai mudando. Parece que o moço traçou uma estratégia meticulosa. Na largada, ele chega todo educadinho. Depois, parte para o ataque final, como se não houvesse amanhã:

If I seem to come on too strong                    Se eu pareço muito direto
I hope that you will understand                    Acho que você vai entender
I say these things 'cause I'd like to know         Eu digo estas coisas porque gostaria de saber
If you're as lonely as I am                        Se você está tão solitária como eu
And if you mind sharing the night together         E se não se importa de compartilharmos a noite juntos (pleonasmo?)
  
Será que a moça caiu no xaveco e aceitou o convite?                                                                                                               
Nunca saberemos, pois na música, só o xavequeiro discursa. Só nos resta ver o vídeo legendado num espanhol delicioso.

Viva o xaveco!
Viva a singela canção romântica!

E viva Zapata!

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Nota de cunho linguístico  


As palavras tem um poder de transmutação, ao longo do tempo, por vezes surpreendente. Lá no auge do rock brasileiro, nos anos 80, o locutor de FM anunciava que o show dos Titãs [poderia ser Paralamas, Kid Abelha, Barão Vermelho, Ultraje a Rigor, Ira!, etc.] seria "imperdível". Lembro claramente que o "imperdível" era coisa nova, estranha aos ouvidos. "Imexível", pronunciada por um ex-ministro, também causou espanto, no mesmo período. Outras palavras são atualizadas e permanecem bem próximas da versão anterior. Invocado, por exemplo, mudou para irado.


Nota de cunho pop-informativo-defasado-uns-40-anos 


"Sharing The Night Together" tocava o dia inteiro na "Excelsior, a Máquina do Som" [AM, 780 Khz]. Não lembro ter ouvido na Difusora [AM, 960 Khz]. Depois, virou tema da novela "Pai Herói".

Nota de cunho testemunho-pessoal


O Flexa e eu, sentíamos inveja dos xavequeiros profissa, que abordavam as mina num bar, numa balada, num show and everywhere. Nossas tentativas muitas vezes ficavam na intenção e morriam na timidez. Xavecos bem sucedidos, pouquíssimos. A maioria no carnaval. Aí não vale, né? Alguns destes raros, não decolaram para relacionamentos. No máximo, redundaram em amizades.


19 janeiro 2018

Meio Século - ato 1 de 3 - Eu e meus heterônimos




Gostava da máxima budista da tia Billiki: "felicidade não existe / o que existe na vida são momentos felizes.". Até descobrir que estes são versos roubados de uma música do Odair José. A tia Billiki é uma fraude! Mas eu gosto (e muito) dela mesmo assim. Hoje, sigo a definição perfeita de tristeza e felicidade, do Confete. Não poderia ser mais concisa e precisa: 

"Tristeza é 'Huuummm' e felicidade é háháhá'". 
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E se aproximava o momento da minha apresentação ao grupo. O que falar de mim? Profissão, idade, naturalidade? Naturalidade, sim. Optei por ser natural e fugir do script previsível destas situações. Falei que, mentalmente, tentava formar um mosaico, um arco de eventos que me levaram até ali. Ou seja, quantas decisões, acasos, imponderáveis, imprevistos; quantas rotações e translações da Terra foram necessárias para eu estar naquela sala com outras pessoas que também passaram pelos seus processos de vida.

Naquele momento, interseções de vidas deram 'match' e uma nova história começava. Então, proferi uma apoteótica frase-pérola-clichê: "vida é fluxo!". Fez-me um destempo. Eu me silenciei e a classe junto. Lacrei, amigx! Eu consegui ser eu!

Esta pequena reflexão introdutório-filosófica-de-boteko ecoa nesta data querida (,muitas felicidades, muitos anos [lacrantes] de vida!). Num espectro mais amplo, de uma vida, a pergunta insiste em não querer calar: como é que eu cheguei até aqui, aos 50? Tipo-assim, com a voz de um Cid Moreira lendo a Bíblia, em verdade vos digo, houve algumas mortes e renascimentos no decorrer do período. Numa vida cabem várias. 

E, citando uma passagem com a voz de trovão do Cidão, os meus heterônimos [perdão, Fernando Pessoa, pela licença nada poética mas, hoje, eu tô super-podendo; afinal parafraseando o (Paulo) Bonfá, só haverá uma sexta-feira, 19 de janeiro de 2018] me carregaram no colo várias vezes. Aqui vai a relação de alguns destes heterônimos ou personas:

. o eu meu pai - bancou viagens, intercâmbio, sabáticos (?), etc; e, principalmente, deu suporte emocional. Devo tudo a ele.
. o eu Gordura, menino magrelo, recatado, com baixa autoestima. Tadinho!

. o eu Pancho Villa - ganhou até cartaz na escola. Admiro aquele comunistinha idealista.

. o eu Marquinhos - o eu genérico, agridoce.  

. o eu tio Marcos - gosto muito dele; quiçá, meu eu favorito.

. o eu Taz, nervosinho - amo ele.

.o eu Pererinha - meio bobildo, queria colo e guarida e o grupo de peregrinos o acolheu satisfatoriamente.

. o eu bailarina contemporânea - o eu mais transcendente.

. o eu loka - lado cantante desvairado, cortando a Imigrantes a 117 Km/hora (, meu amor, só tens agora os carinhos do motor).

. o eu Euler (alusão ao ex-jogador de futebol, "o filho do vento", que corria até acabar o campo) - depois de muitas corridas no curriculum (meias-maratonas do Rio, São Silvestres, etc.), percebeu que correr é entediante.

. o eu Mauro Jorge - me libertou, definitivamente,  da postura séria de analista de sistemas, no trabalho. Grato, Donizettis, pelo batismo.

. o eu BVV - Bixa Véia Vingativa; reclamão e indignado, grita dentro de mim o tempo todo; difícil calar esta BVV, amigx!

. o eu nobre cavalo - servo fiel da Larissa; eu nasci para servir, atuando no background e nos backstages da vida.

. o eu aspirante a mãe de miss - livremente inspirado num episódio do Seinfeld, no qual o Kramer assume às vezes do tipo. No meu caso, infelizmente não decolou porque a "filha da mãe de miss" achava estranha a ideia de uma mãe na condição de um homem. Ah! Estas crianças conservadoras de hoje em dia ...

. o eu adolescente-resplandescente – todo pimpão, no Canadá. Tão convincente no perfil, que seu amigo chinês se sentiu traído, quando revelei minha idade (33) à época. O eu representativo de um dos mais importantes turning-points da minha vida.

. o eu blogueiro - este aki; como um Red Bull, me deu asas. Me faz sentir um desconcertante Ricardinho levantando bolas impossíveis, um Deeplick pilotando insanamente pickups em viradas iradas ou um Jack Bouer fazendo em 24 horas mais do que um exército num mês. Eu tenho a força, ou melhor, eu tenho um teclado!

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Algumas destas personas ainda existem (ou resistem), outras existiram. Outras ficaram datadas num período ou perdida num grupo que desapareceu da minha vida. A Rita Lee resume (quase tão bem quanto o Confete) estas "Coisas da Vida"  ...

Qual é a moral?
Qual vai ser o final
Dessa história?
Eu não tenho nada pra dizer
Por isso digo
Que eu não tenho muito o que perder
Por isso jogo
Eu não tenho hora pra morrer
Por isso sonho
Aaah são coisas da vida
E a gente se olha
E não sabe se vai ou se fica.

Meio Século - ato 2 de 3 - Top 50 dos meus 50



Destaque do Top 50: The Killing Moon [o vídeo é tosco, mas a música é maravilhosa] 

Tem Gil, Caê, Tom Zé, Bob, (toca) Raul, rock, punk, disco, new wave, Michael Jackson, Beatles, Queen, Vanusa psicodélica, Rita Lee, Moloko x Donna Summer, Vanguarda Paulistana, Clube da Esquina, etc, etc, etc. ...

Ufa! Embora baseada no Top 40 dos meus 40, [http://mp-online.blogspot.com.br/2008/01/], tarefa árdua esta de compilar e condensar uma lista que contemple e abarque o gosto musical de meio século de vida, mesmo apelando para o velho truque do "chorinho" bônus.

Enfim, this is it ...
Só o filé, o puro creme de milho.
É muita melodia!

. Ain't No Sunshine - Bill Withers
. Atômico Platônico - Vanusa
. Batman Theme - Neal Hefti
. Blackbird - The Beatles
. Boogie Oogie Oogie (12" Extended Version) - A Taste of Honey
. Bring Me Back (mashup com I Feel Love) - Moloko / Donna Summer
. Buffalo Gals - Malcolm McLaren
. Calling Occupants of Interplanetary Craft (almost acapella) - The Carpenthers
. Canção Bonita - Rumo
. Coisas da Vida - Rita Lee e Tutti-Frutti
. Crazy - Knarls Barkley
. Creep - Radiohead
. Crying - Roy Orbison
. Don´t Let Me Be Misunderstood - The Animals
. Dor e Dor – Tom Zé 
. Ela Partiu - Tim Maia
. Every Breath You Take – The Police
. Everybody´s Gotta Learn Sometimes - Beck
. Get Up Stand Up - Bob Marley
. Gita - Raul Seixas
. Glory Box - Portishead
. Gonna Get Along Without You Now - She And Him
. How Do You Do ( What You Do To Me) - Brass Construction
. I Will Survive - Cake
. Ideologia - Cazuza
. In My Life - The Beatl. es
. Love of My Life - Queen
. Na Sua Estante – Pitty
. Neverland - Anelis Assumpção featuring Céu      
. Norwegian Wood - The Beatles
. Olhar 43 (remix by Iraí Campos, Grego e Julinho Mazzei) - RPM
. Paid in Full (7 Minutes Of Madness) (The Cold Cut Re-Mix) - Eric B. & Rakim
. Police and Thieves - The Clash
. Rock Lobster - B´52s
. Rock with You - Michael Jackson
. Rocket Man - Elton John
. Runnaway - Dell Shannon
. Say a Little Prayer - Aretha Franklin
. Sexual Healing (Live) - Ben Harper and the Innocent Criminals
. (Sittin' On) The Dock Of The Bay - Otis Readding
. Só Sei Dançar com Você (versão “Ronca-Ronca”, Oi FM, exclusiva da Mauro Jorge Records) - 
  Tulipa Ruiz
. Telefone - Gang 90 & Absurdettes
. Tempo de Amor - Herbie Hancock featuring Céu
. The Killing Moon - Echo and the Bunnymen
. There´s a Kind of Hush - Herman’s Hermits
. Um Girassol da Cor do Seu Cabelo – Lô Borges
. Under the Bridge - Red Hot Chili Peppers
. Vamos Fugir - Gilberto Gil
. Yellow - Coldplay
. You Don´t Know Me - Caetano Veloso

50th birthday´s bonus tracks
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. 12:51 - The Strokes
. Ai - Rubi
. Compacto - Curumin
. Diariamente - Marisa Monte
. Fala – Trash Pour 4 featuring Moska
. Friends - Whodini
. Haicai - Luis Tatit
. I Heard It Through The Grapevine - Creedence Clearwater Revival
. Killing in the Name - Rage Against the Machine
. Linha do Horizonte- Azimuth                               
. O Segundo Sol - Cássia Eller
. Olha Pro Céu - Ceumar
. Pale Blue Eyes - The Velvet Underground
. Refazenda - Gilbero Gil
. Rivers of Babylon - The Melodians
. Robocop Gay - Mamonas Assassinas ao vivo no estúdio Transamérica
. Samba em Prelúdio - Esperanza Spalding
. Squash - Robson Jorge e Lincoln Olivetti
. The Game of Love - Daft Punk
. This Love - Maroon 5
. Táxi Lunar - Geraldo Azevedo
. Under the Boardwalk - Tom Tom Club
. Video Killed the Radio Star - The Buggles

Meio Século - ato 3 de 3 - Conversa hipotética com ELE


 Deus existe no sorriso maroto e carismático do Elvis “Preto” Presley

Não acredito em Deus.

Acredito sim, em fluxos energéticos de espirais que convergem e divergem num caos intenso. Acredito em conexões e desconexões o tempo todo, encontros e desencontros, sincronicidades, blábláblá, blábláblá. 

Mas, por hipótese, caso acreditasse, imagino uma suposta conversa com Ele, tipo-assim filminho-flashback-de-fim-de-vida ...

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Eu. _ Deus, eu quero ganhar dinheiro pra comprar a coleção dos Beatles.

Deus. _ Ok, você terá. Melhor ainda ... eu te darei acesso ilimitado à toda discografia, vídeos, documentários da banda, praticamente de graça. Espere e verás! Tô arquitetando um negocinho que vai revolucionar o acesso à informação, mídias e a forma como as pessoas vão se relacionar.  Será um tempo mais de uso e menos de posse.

Eu. _ Beleza! Ah! Mesmo sendo invenção antiga, aproveito o momento para agradecer a inspiração para os técnicos e engenheiros criarem a estereofonia. Que bela sacada, hein, hein! Dois ouvidos, espacialidade, 3ª dimensão. Junta tudo isso e temos a estereofonia. Amo! Amo! Amo!      

Deus. _ De nada! Existe uma legião de pessoas que ainda prefere o sistema monoaural. Tem pra todo mundo. 

Eu. _ Vai entender? Deus, eu quero mais. Eu quero um carro para correr mundo, correr perigo, conhecer pessoas e paragens algures.

Deus. _ Algures? Guenta aí, vou procurar no Google. Ah! Você terá (um carro). Mas, vai perceber que, por mais que você conheça pessoas e lugares, o melhor lugar do mundo pode ser aqui e agora. Aliás, parabéns! Desde cedo você já explorava o mundo com sua magrela e tênis surrado. Mais do que nunca, a sua bike vai te oferecer ótimas condições de mobilidade. Tô no pé dos governantes para criar mais ciclovias e políticas de transporte público de qualidade. Com  ciclovias e bilhetes únicos você vai longe.

Eu. _ Já viajei bastante pelo Brasil. Agora, quero conhecer o Canadá. Dizem que lá a sociedade e as pessoas são evoluídas ... o tal do 1º mundo desenvolvido.     

Deus. _ Ok, você vai e depois vai confirmar que a sua aldeia é universal. Além do mais, o mundo vai virar uma massaroca só [globalização].

Eu. _ E o meu lado criança? Não tive muito acesso a ele na infância. Queria só um pouco de leveza, pode ser?

Deus. _ Toma aí o Filipe, a Laís, a Bianca, a Larissa e um tal de “Preto”. Não me enche o saco e vai lá brincar.

Eu. _  Grato! Outra coisa ... achei que seria um analista de sistemas coboleiro forever and ever. Mas o mundo mudou, o mundo corporativo mudou e, principalmente, eu mudei. Será que existe um novo caminho?

Deus. _ Eu simplesmente inventei o mais perfeito de todos os sistemas:  a natureza. Comece interagindo com as minhocas vermelhas californianas (de Beverly Hills). Elas aplicam o conceito de reutilização de código, ou melhor, de matéria orgânica, no processo de compostagem. Aquelas aulas do 1º colegial de Biologia (Ecologia) vão fazer sentido.
                
Eu.  _ Oba! Tô super me divertindo com compostagem, serapilheira, adubação verde, Peter Webb e esta parada toda de agroecologia. Show! Tudo muito loko! Ainda assim, não consigo enxergar sentido nisto todo. Preciso de propósitos.

Deus. _ Ai, ai, ai, ai, ai! Já sei onde isto vai parar! Lá vem você de novo com este mimimi de querer fazer a diferença. Basta! Preciso atender outros bilhões de terráqueos. Fora os infinitos seres de outros universos. Ou você pensa que é a última bolacha do pacote? Aliás, ultimamente tem uns jogadores de futebol que não param de invocar meu nome em vão. Às vezes, acho não devia dar talento a eles.      

Eu. _ Tá bom, Deus! Como escreveu o compositor e cantor baiano, vou tentar dar um jeitinho pra viver.  No derradeiro ano de 2065 [http://mp-online.blogspot.com.br/2008/01/], antes de partir, ou em edição extraordinária, eu chamo o senhô, de novo, pra passar a régua.

Deus. _ Tá tudo certo, filho! Agora vai lá, viver este tempo que lhe resta. Apenas seja.

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Deus existe!
Ao menos o Deus que habita dentro de cada um.
E que não vai mudar o mundo.


Se conseguir melhorar o próprio (mundo) e, consequentemente, seu entorno, já terá sido o bastante.

31 dezembro 2017

2016 - What the fucking crazy year's short retrospective! [Inclui MJHM 2016, faixa a faixa]





Intróito mea culpa do blogueiro

I´m late, mas antes tarde do que nunca (ô loko, meu! Essa é nova, hein!). Esta curta retrospectiva de 2016 está emperrada nos meus rascunhos desde dezembro de 2016.

O motivo da demora em publicá-la? 
Angústia de querer melhorar, de querer refinar o texto, em busca da(s) palavra(s) perfeita(s).
Mas não dá mais. Preciso parí-la, já e agora, antes que fique mais datada do que já está.
Embora a ideia de uma retrospectiva seja justamente datar e registrar um período.

Então, let´s get it on, girls and boys ...

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2016 foi intenso
2016 foi catártico
2016 foi mudança
2016 foi parto
2016 foi pranto

2016 foi um ano de transição, sabe-se lá para onde.
Repetindo-me, foi intenso.  

2016 não queria terminar. Aliás, tem-se a impressão que se arrastou até janeiro ou fevereiro de 2017. Na verdade, parece que 2016 inaugurou a era de um continuum no calendário, no qual um ano emenda no outro, sem interrupções, tal qual as faixas do álbum "The Dark Side of the Moon" (Pink Floyd).

Foi um ano de perdas de várias figuras icônicas e emblemáticas.
Em 2016, o anjo da morte passou voraz e levou muita gente boa: Cauby, Bowie, Prince, "El Comandante" Fidel, tio Mané, George Michael. Teve impeachment, teve acidente aéreo que vitimou time de futebol.

Ufa! Mas, ainda bem, também teve coisa boa. 
Quase esquecida, no meio de um turbilhão de acontecimentos, teve olimpíada no Brasil com direito a Serginho consagrado bicampeão olímpico no vôlei masculino e, também, a conquista de título, até então inédito, no futebol masculino. E teve a melhor música, cantada pela figura mais exótica: Liniker e os Caramelows, fazendo "Zero" (vide vídeo acima).

Algumas expressões incorporadas ao vernáculo do povo popular, que passaram a frequentar os discursos: 

. "empodeiramento" -  empregado, geralmente, pelas minorias para reforçar e reafirmar sua força;

. "e tal" - empregado quando antes se utilizava "etc.", ou mesmo "etc e tal". Íncrivel como se tornou um vício. Assim como no uso de "etc.", de forma viciada, a expressão "e tal" é um recurso que se lança mão quando faltam palavras para completar um raciocínio ou, na falta de exemplos, para enumerar uma lista. Por exemplo: a cidade de São Paulo é repleta de restauraurantes de diversas nacionalidades, tais como a italiana, japonesa, francesa e tal.

. "deu ruim" - tipo-assim, deu errado, não funcionou. 

. "..., só que não" - após várias afirmativas, quando se profere o "só que não", invalida o que foi dito anteriormente. 
"..., só que não" é semelhante à expressão "brincadeirinha, hein!", de antigamente. 

Bom, chega de retrospectiva! 
2016 foi tão "over", "too much", que me travou. 
Eu quero mesmo é falar das músicas que fizeram a minha trilha sonora de 2016. Já e agora!

Que rufem os tambores! 

Ladies and gentleman, lá vai a seleção do ano, performed by Mauro Jorge Records ... 

MJHM 2016 - Faixa a Faixa
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1) Chiclete com banana - Jackson do Pandeiro. 

Arranjo de big band, biscoito finíssimo! Isto é que é empodeiramento, amigx!  Autoestima em altíssima cotação ("Eu só boto bibop no meu samba, quando o tio Sam tocar meu tamborim"). 
O tio Mané amava de paixão.

2) O Grão Mestre Varonil - Tim Maia.

Homenagem ao tio Mané. 
Faz parte do clássico álbum "Racional". 
No verão de 2007, foi o mantra repetida e insistentemente entoado pelo Filipe e por mim (a Laís não aguentava mais ouvir) na viagem de férias para Camburi.

3) Detalhes - Roberto Carlos. 

É tão sublime que me merece um post exclusivo.
Só uma palhinha do que está por vir ...

"... E a letra é magistral e majestosa. Começa e termina  com os mesmos versos:  "Não adianta nem tentar, me esquecer / Durante muito tempo em sua vida, eu vou viver". A diferença é a entoação da voz. Na introdução, RC canta de forma firme. Já no final, parece mais conformado com o fim do relacionamento.
...
Da letra [de 'Detalhes'], destaco também o 'a' craseado mais belo da música romântica brasileira, que introduz a estrofe abaixo:
'(...)  À noite envolvida no silêncio do seu quarto,
        Antes de dormir você procura o meu retrato.
        Mas da moldura não sou eu quem lhe sorri,
        Mas você vê o meu sorriso mesmo assim (...)' ..." 

4) Telefone - Gang 90 e As Absurdetes 

Me transporta diretamente, non-stop, sem escalas, aos meus 15 anos. Os teclados nas músicas dos anos 80 eram estridentes, berrantes como as roupas cor néon do movimento new-rave. Nesta música, soa diferente ... o teclado é cirúrgico e traduz o lirismo agônico da letra. E aquele coro "Ó, meu amor, isso é amor, ó, meu amor, isso é amor / É amo-ô, é amo-ô"? Que lindo, que lindo, que lindo! 

Eu amo, tipo-assim, de paixão, amiga, declarações de amor inflamadas em refrão de músicas românticas.

O ritmo da música alterna um 'q' de brega com pegada de balada-rock - se eu fosse crítico da "Ilustrada", escreveria que "Telefone" é a música que o "Cidadão Instigado" não fez. A parte brega me remete ao cenário de uma casa da luz vermelha (puteiro). Imagine um cabra-macho, trajando camisa estampada desabotoada até o peito e uma rapariga de vestidinho vermelho carmim.

Então, o cabra se aproxima da rapariga, trava o corpo dela junto ao dele, unem-se as mãos, braços recolhidos perpendicularmente às cinturas, rostinhos colados, bailando com passos diagonais curtos, ao som de "Telefone". Pois é! Eu imaginei esta cena!          

Bom, onde eu estava mesmo? Ah, lembrei! Fazia tempo que eu não ouvia "Telefone". Aconteceu numa noite fria de início de primavera. Cheguei em casa tarde da noite. Corpo doído, emocional fragilizado, liguei na rádio "comuna" RBA (Rádio Brasil Atual, 98,9 Mhz, no dial FM de São Paulo - "aqui você ouve as músicas que as outras não tocam") e tocava esta maravilha. Música certa, na hora mais do que certa. That night, a radio DJ saved my life! E, obrigado, Absurdetes, por ninarem o meu sono com o delicioso estribilho (bela palavra!) "Ó, meu amor, isso é amor /  Ó meu amor, isso é amor / É amo-ô, é amo-ô".

5) Zero - Liniker 

A música do ano, eleita pelo conceituadíssima premiação Mauro Jorge Awards, evento (?) promovido pela Mauro Jorge Records. A versão de estúdio é só legal. A acústica, do Youtube, que lançou o cantor, é sensacional. Eu canto "Zero" a plenos pulmões, que nem uma loka, dirigindo a 100/hora (, meu amor, só tens agora os carinhos do motor). Principalmente, o finalzinho acappela (minuto 4´33"):

"... E coube tudo na malinha de mão do meu coração ...". E no "chorinho", já nos acréscimos da música, ele ainda manda 3x este tresloucado verso:
"Deixa eu bagunçá você, 
 Deixa eu bagunçá você, 
 Deixa eu bagunçá você, você-ê!".

Em tempo ... a estética visual do Liniker causaria inveja ao Bowie. 

6) Eu não aguento - Titãs 

Começa com um baixo de responsa, homenageando o "Secos & Molhados" ("Sangue Latino"). Entra aquele refrão arrastado: 

Eu não aguento, eu não aguento,
Eu não aguento, eu não aguento,
É de noite é de dia,
Mão na cabeça e documento

Aí, o Charles Gavin executa uma virada pirotécnica de bateria de fazer a casa cair. Duas guitarras eletrificadas iradas, uma em cada canal (olha a estereofonia aí, gente!) duelam intermediadas por  baquetas nervosas em fúria absurda. 

É o tipo de música para se ouvir bem alto, a ponto de estourar os tímpanos ou os falantes do carro [não, não dá para ouvir no som chocho de celular ou em caixinhas multimídia!]. 

Ajudou a aliviar um pouco a sensação de raiva e impotência com a morte do Theilor, assassinado por um policial numa batida. Não por acaso, a música descreve uma batida policial, daí a relação.

7) Don´t give Up The Fight - Bob Marley 

Bob é redentor, libertário. A morte do Theilor me comoveu. Então, catei alguns CDs de música de preto para ouvir no carro. Mal conhecia o garoto, apenas de cumprimentar. Mas, precisava homenageá-lo de alguma maneira ... à minha maneira. E o randômico do CD player, certeiramente, "escolheu" "Don´t Give Up The Fight". Gosto da letra toda, em especial, desta parte:
             
Most people think,
Great God will come from the skies,
Take away everything
And make everybody feel high.
But if you know what life is worth,
You will look for yours on earth:
And now you see the light,
You stand up for your rights. Jah!             
You can fool the people , but you can people. 

Nas entrelinhas, estabelece uma conexão com "Procissão", do Gil.

8) No Woman No Cry - Fugees

Também estava no mesmo lote de CDs de música de preto. Revoltado, timidamente eu chorei na Ataliba Leonel.

9) Ready or Not - Fugees.

Dobradinha de Fugees, no embalo da seleção black. Lembrei do Danilo, meu colega de dia de nascimento (19/01). Em passagem pelo Brasil, num rolezinho de carro comigo e com o Gustavo, coloquei Fugees pra tocar na minha, então, super descolada disqueteira Pionner (cabiam 12 CDs).

Qual não foi a surpresa dele, ao perceber que um tiozinho latino-americano (eu, no caso) possuia aquele CD estouradaço na América anglo-saxônica (comprei na DJ Feers, do Shopping Parque Balneário,em Santos - o vendedor da loja, Mário [que Mário?], grande conhecedor de música, vibrava quando eu passava na loja), depois de assistir à antológica apresentação do Fugees com a Roberta Flack em "Killing Me Softly", no Video Music Awards da MTV, de 199? ? Então, o Danilo pediu para colocar na música 3. Exatamente "Ready Or Not", que ele cantou começo ao fim, com direito aos trava-línguas da letra. Tipo-assim, lacramos, amigx!           

10) The Threat of Joy - The Strokes. 

Um Julian Casablancas preguiçoso nos vocais. Pop-rock com cara de bossa-nova eletrificada. Adoro as guitarras do Strokes combinada com a voz modulada do Julian Casablancas, algo despretenciosa, meio baiano-caymyniana. Casou perfeitamente com a deliciosa melodia da música.

11) Bruno Mars - 24K Magic 

O cara deve ouvido muito a Difusora (960 Khz, no dial AM de São Paulo, anos 70/80, século XX), Antena 1 (fase black, antes da atual adulto-contemporâneo-tiozão-Honda-Civic-ou-Corolla), Bandeirantes FM (96,1, onde tudo acontece) e Pool FM (a lendária rádio comandada pelo lendário Julinho Mazzei, atual 89 FM, a rádio rock). Como diria o comentarista de futebol Caio Ribeiro, méritos para o garoto, amigão, que conseguiu condensar ZAP + Gap Band + One Way + Brassconstruction, numa só pedrada. 

Se fosse o Luizão, da Chic Show, no programa Balanço Geral, diria que "a galera passa mal!". Ou, no dialeto do Sérgio Scarpelli (programa "Back to Black"), "24K Magic" é uma sapatada na orelha.
A black music old school e o tiozão aqui agradecem a reverência.

12) 2 Cafés - Tulipa Ruiz e Lulu Santos  

"2 Cafés" é quando a música, em particular, e qualquer expressão artística, no geral, tem o poder de tocar fundo, fazer refletir e, inclusive, transformar vidas. Era exatamente o que eu precisava ouvir. Faz crer que eu não estou sozinho nos dilemas da existência humana que, em última análise, apenas quer um lugar ao sol e ser minimamente feliz. Grato!      

P.S.: eu queria ser amigo da Tulipa. Quando nem era famosona, lembro que ela ficou bem na minha frente no (saudoso) festival Catarse (Choperia do Sesc Pompeia), dificultando a visão do palco. Assim que percebeu, pediu desculpas e saiu da frente. Puta mina da hora, meu! 

13) Tempos Modernos - Lulu Santos
       
Porque Lulu é pop até o osso, no melhor dos sentidos. 
Em 1983, "Tempos Modernos", preconizava a esperança de um mundo melhor. Eu acredito. 
E aquela slide guitar havaiana marota, que só ele tem a manha, hein, hein?! Habla sério! Lulu humilha qualquer guitarrista de bandinha-bundinha de hoje em dia, com garbo e elegância ímpares.

14) It´s a Long Way - Caetano Veloso 

Das caixas acústicas da rua central, instaladas no alto nas paredes em tijolo aparente, do Sesc Pompéia, tocava uma sequência musical em loop. Pera aí! Eu conheço isso, cara! Era simplesmente a percussão e o baixo de "It's a Long Way", que integra o álbum "Transa", um dos Top 3 nacionais of all the times, eleito pelo repeitadíssimo e conceituadíssimo conselho editorial da Mauro Jorge Records. "Transa" é Caê em estado de graça, Caê mago, brincando com as possibilidades do verso e da canção. Caê é lindo!

15) Hey 19 - Steely Dan 

Porque Steely Dan é estiloso, é classudo. I cath the beat! Arranjo básico do básico. Se ouve bateria, baixo, guitarrinha chiquetosa. Tudo na dinâmica certa, na medida certa. 

Tipo de música que, no final, entra numa espiral, que poderia durar por toda a eternidade, amém! Eu me peguei lavando louça e bailando,
tipo-assim, amigx, do nada. Este é o poder da música. 

Nice
Sure looks good
Mmm mmm mmm
Skate a little roller now    

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C'est fini!
Finished!
Arrivederci!
Bye, bye, solong, farewell! 


E Viva Zapata!